GERAL

Chamamento de suplentes do Departamento de Habitação teve baixa adesão em Carazinho

Diretora de Habitação de Carazinho, Kátia Soares Alberti (Foto Reprodução/O Correspondente)

 

O Departamento de Habitação de Carazinho chamou moradores que estavam listas de suplementes para empreendimentos sociais na cidade a fim de verificar a atual necessidade por moradia. A diretora Kátia Soares Alberti salientou, durante o programa Correspondente Diário de quarta-feira (18) que faltando poucas horas do fim do prazo apenas oito pessoas havia procurado o setor com a documentação de uma lista que tinha mais de 300 nomes. "Todo dia famílias nos procuram porque não tem onde morar, mas quando abrimos espaço, o pessoa não vem. Hoje (ontem) encerra o prazo, foi amplamente divulgado. Semana que vem teremos conferência e outra oportunidade abre somente em 1º de julho, mas serão para futuros empreendimentos. A oportunidade era para empreendimentos que já temos. Então, se tivermos novos empreendimentos em 2025, teremos um processo longo pela frente, pelo menos 2 anos, 2 anos e meio", declarou.

 

A servidora também atualizou as informações sobre as famílias que residem nos atuais empreendimentos sociais do município e que estão com problema junto à Caixa Econômica Federal, correndo risco de serem despejadas dos imóveis por falta de pagamento das prestações. Kátia lamentou a situação e declarou que tinha outros planos para o segmento, mas está tendo que "arrumar a casa". "Tem famílias que não estão pagando desde 2012. E onde elas ficarão? Conseguimos mais prazo na Justiça Federal para tentar achar uma saída. Teremos três meses para fazer um diagnóstico do porque não teve pagamento. Tem famílias que não estão mais nos imóveis e estão com este problemas, mas aí não teremos o que fazer. Perdeu o direito ao programa (Minha Casa Minha Vida) e a ajuda da prefeitura. Fizemos reunião com os síndicos para fortalecer o trabalho e eles irão nos trazer uma relação destas famílias", contou a diretora.

 

Por se tratar de empreendimentos de interesse social, as prestações mensais médias dos financiamentos era de R$ 80,00. De acordo com Kátia, tem famílias com dívidas de cerca de R$ 4 mil, valor substancial diante da realidade econômica de quem vive em moradias populares, com renda familiar de até um salário mínimo. "Semana que vem vamos iniciar o censo dos condomínios para saber quem está morando. Aqueles que permanecem poderemos ajudar a parar com o processo (de despejo), mas a dívida precisa ser paga. A Caixa é um banco. O interesse dela é receber", observou.

 

Kátia é assistente social de carreira do município de Carazinho e já trabalhou na função no próprio departamento de Habitação, quando das construções dos condomínios Feyh, Aldeia do Minuano, Oriental e Floresta I, II, III e IV. Ela citou que naquela época, entre os anos de 2012 e 2016, também ocorreram problemas de não quitação de débitos, mas o departamento sempre conseguiu intervir a tempo e intermediar negociações com a caixa, auxiliando os moradores e honrar o compromisso. "Até boleto imprimíamos para o morador pagar a prestação. Tínhamos diálogo. Nunca deixamos ninguém chegar ao ponto de ser despejado. A Caixa nos passou que o Município foi chamado a interagir no processo nos últimos anos e disse que não tinha interesse em intervir. As famílias ficaram desassistidas", citou.


Novos empreendimentos
Ao mesmo tempo que busca alternativas para impedir o despejo de cerca de 60 famílias, o departamento de Habitação trabalha para regulamentar áreas que poderão servir para futuros empreendimentos. De acordo com Kátia, Carazinho não entrega uma nova moradia há vários anos e uma das possibilidades é uma área de cerca de 27 hectares localizada na Vila Nova, na saída para o distrito de São Bento, próximo a Avenida Rio Branco.

 

Conforme exigência do Ministério das Cidades, novos condomínios precisam ser construídos próximos a equipamentos públicos como escolas, CRAS, posto de saúde. O local pretendido poderá receber em torno de 700 novas casas e a diretora de Habitação revela que não serão mais construídas moradias geminadas ou apartamentos, pois a experiência local é negativa, já que um mesmo empreendimento poderá abrigar pessoas de diferentes realidades e dificultar a adaptação.


Conferência das Cidades
Na terça-feira (24), na Câmara de Vereadores, das 8h às 17h, Carazinho realiza sua Conferência das Cidades, momento de debate sobre as políticas públicas pertinentes a habitação e mobilidade urbana. Serão escolhidos seis representantes para a conferência estadual que será em Porto Alegre.

Data: 19/06/2025 - 16:00

Fonte: Mara Steffens

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